Pela primeira vez Minas enfrenta o segundo ano consecutivo epidêmico para dengue e chikungunya. Com 32.316 possíveis casos, 14 óbitos em investigação e uma morte confirmada, o Governo do Estado publicará um decreto de emergência para facilitar a contratação de profissionais e a compra de insumos, pelo estado e municípios, anunciou o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti. Em Itaúna, que está prestes a divulgar o LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti), o ano também começa com preocupação. Somente nas duas primeiras semanas de janeiro a cidade apresentou 259 notificações para dengue, com 88 confirmações, e 21 notificações para chikungunya.
De acordo com a Prefeitura, os bairros com maior número de focos do mosquito são Santanense, Padre Eustáquio, Morro do Engenho, Nogueira Machado, Alto do Rosário e Graças.
Os indícios, afirma Baccheretti, demonstram crescimento precoce dos números em todo o estado e a previsão é a de que até março haja um pico de casos. A região Central concentra o maior número de casos, mas a tendência é a de que a alta se espalhe por todo o estado neste ano. Desde outubro de 2023, a dengue apresenta um comportamento muito semelhante a 2016 e 2019, e até um pouco acima destes anos epidêmicos.
“O que de fato sabemos é que teremos um ano difícil no estado de Minas Gerais”, enfatiza o secretário.
Historicamente, Minas Gerais tem um ano epidêmico de dengue a cada três anos. Em 2023, foram registrados 327.238 casos e 204 mortes de janeiro a dezembro. Neste ano, até 22 de janeiro, são 11.490 casos confirmados. Além disso, até o momento, foram notificados 4.353 casos prováveis de chikungunya, 3.067 casos confirmados da doença, dois óbitos em investigação e um óbito confirmado. Até o momento, 600 municípios mineiros apresentam casos de dengue.
“A dengue tem muita relação com o período chuvoso e com o calor e, em setembro e outubro do último ano, tivemos recordes de altas temperaturas. Dessa maneira, a curva pode mudar um pouco. Por isso, a importância de reforçar os cuidados coletivos e individuais para evitar os criadouros de mosquitos”, ressalta Baccheretti.
CONTRATAÇÃO DE DRONES Para combater criadouros de mosquito e viabilizar outras medidas de prevenção e combate ao Aedes aegypti e às doenças dengue, zika e chikungunya, o secretário anunciou um incremento de R$ 32,2 milhões a serem pagos em fevereiro aos municípios mineiros.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) também investirá R$ 30,5 milhões para que os municípios contratem o serviço de drones que serão utilizados na identificação, monitoramento e tratamento dos focos e criadouros do Aedes aegypti, permitindo uma atuação mais direcionada e eficaz por parte das secretarias municipais de Saúde. Foram repassados R$ 15 milhões em 2023 e o restante será pago nos próximos meses.
“Os drones são bastante efetivos no mapeamento das regiões com focos do Aedes, pois verificam os locais com condições claras de focos de dengue e podem colocar o larvicida, que é mais eficaz que o fumacê, que combate apenas a forma adulta do mosquito. Hoje, os 853 municípios mineiros têm o recurso para adquirir esses equipamentos, alguns com repasses diretos e outros por meio dos consórcios de saúde”, afirma Baccheretti.