Buscando verificar impactos socioambientais decorrentes da atividade minerária em Itatiaiuçu, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realiza visita às comunidades de Curtume e Samambaia na manhã desta segunda-feira (29). Será feita uma escuta da população sobre as denúncias de escassez de água e sua baixa qualidade, entre outros impactos causados pela mineração da Usiminas na região. A demanda surgiu na reunião da comissão em 15 de março em Igarapé, quando foi debatida a preservação da Pedra Grande e seu entorno. Com partes nesses dois municípios e ainda em Mateus Leme, essa paisagem já é considerada um bem natural e cultural essencial para o equilíbrio ecológico da Serra Azul e região.
A visita comissão da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi requerida pela deputada Beatriz Cerqueira (PT). Segundo relatos dos moradores de Curtume e Samambaia, nos últimos 14 anos os modos de vida dessas comunidades, formadas majoritariamente por idosos da zona rural, foram drasticamente impactados. Tradicionalmente, essas famílias utilizavam a terra e a água para desenvolverem principalmente a produção agropecuária, em especial a produção de hortaliças.
No entanto, os impactos sobre as comunidades têm se intensificado à medida que a mineração da Usiminas expande suas atividades, aproximando cada vez mais suas estruturas desses locais.
Os moradores convivem com grandes áreas desmatadas, poluição dos rios, perda de nascentes, barulho de explosões e poeira provenientes da mineração. Ainda relatam que pequenos córregos e nascentes da região secaram por completo ao longo dos anos em que a mineradora expandiu e intensificou suas atividades. Para completar, espaços de atividades religiosas e de lazer foram perdidos.
Como a região de Itatiaiuçu sempre foi rica em água, muitos moradores tinham como fonte de renda a agricultura, formatando todo seu modo de vida. Os rios da região, antes com água cristalina, eram usados pelos moradores para pesca, banho, lazer e até para o consumo das famílias.