Carreata em apoio à Bolsonaro pede a reabertura do comércio; idéia, segundo líder, foi de empresários

@viuitauna

Depois de comerciantes de Belo Horizonte e região se mobilizarem nesta sexta-feira (27) pedindo a reabertura do comércio, movimento semelhante, porém de menores proporções, ocorreu em Itaúna na manhã deste sábado (28). Um comboio de cerca de 15 veículos puxado pelo líder do movimento Direita Itaúna, Emanuel Ribeiro, percorreu as ruas da região central em apoio às declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Apesar da recomendação de isolamento social para evitar a transmissão do novo coronavírus durante a pandemia da COVID-19, Bolsonaro defende o fim das restrições da quarentena e a retomada do funcionamento de todos os serviços.

Até esta sexta, Itaúna contabilizava 256 casos suspeitos do novo coronavírus, nove deles em internação hospitalar. Duas mortes, segundo a Prefeitura de Itaúna, são investigadas na cidade. Em Divinópolis, na região Centro-Oeste, empresários também foram às ruas neste sábado – veja mais a seguir.

Ao @viuitauna, Ribeiro disse que a ideia da manifestação surgiu a partir de um grupo de comerciantes, que o convidaram a participar. Ele refutou as afirmações publicadas pelo jornal S’passo de que a iniciativa teve cunho político e ressaltou que a carreata ocorreu de forma conjunta. “Quem quisesse apoiava”, afirma.

Emanuel Ribeiro mostrou ainda uma mensagem de convocação, com o propósito de convencer o prefeito Neider Moreira (PSD) a cancelar os decretos de quarentena em Itaúna. O texto atentava que o objetivo da carreata era dar uma volta rápida na cidade, sem descer dos carros e sem aglomerações. “Neider, nos dê uma posição de quando terminará o prazo os decretos?”, questionava a mensagem, ressaltando que a manifestação não tinha finalidade política nem eleitoral.

Comboio foi puxado pelo líder do movimento Direita Itaúna, Emanuel Ribeiro

QUEDA DE ARRECADAÇÃO Ontem, em vídeo no Facebook, Neider pediu serenidade e disse que os impactos causados na economia do município reduziram a arrecadação mensal de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) de cerca de R$ 1 milhão para R$ 100 mil. O prefeito de Itaúna questionou ainda se Bolsonaro assumiria a responsabilidade dos municípios na pandemia, incluindo os atendimentos da Saúde, caso o comércio fosse reaberto.

“Temos de ter uma responsabilização do Governo Federal em relação à isso. As instruções precisam levar em consideração dados epidemiológicos, clínicos e científicos para sabermos se realmente é o momento de se flexibilizar a atividade econômica no país. Sem corrermos risco de termos um aumento vertiginoso do número de casos”, avalia Neider.

Pelo Facebook, prefeito Neider Moreira (PSD) cobrou responsabilidades do presidente e disse tomar “decisões serenas e balizadas em fatos”. Foto: Reprodução/Prefeitura de Itaúna

INDICADORES PRECISOS O presidente do CDL Itaúna, Maurício Nazaré, julgou não ser ser responsável qualquer manifestação, antes de indicadores precisos apontarem o total de infectados pelo vírus em Itaúna. As estatísticas, segundo Nazaré, não trazem conclusões, pois incluem apenas casos suspeitos e sem testes – salvo poucas excessões.

“O Hospital Manoel Gonçalves está adquirindo novos kits com o auxílio das entidades que compõe o CDE Itaúna. Sugerimos ao prefeito que contrarie a estratégia de fazer testes apenas em pessoas em estado mais grave que demandem internação”, afirma.

PM ACOMPANHA A 51ª Cia. de Polícia Militar acompanhou o movimento no início, para identificar liderança e repassar orientações. Ainda de acordo com a PM, houve pouca adesão de veículos em Itaúna e não foram identificadas infrações de trânsito. “Em linhas gerais, as orientações iniciais foram sobre proibição de aglomeração em virtude das medidas restritivas do COVID-19 e a necessidade de observância das regras de trânsito.”

SAIBA MAIS
Comerciantes também realizam carreata em Divinópolis

Em Divinópolis, empresários se mobilizaram em uma carreata até o Centro Administrativo da cidade. A mensagem utilizada durante o percurso alertava sobre os impactos da paralisação na economia. “Buscar o equilíbrio é o desafio do presidente, dos governantes e dos empresários, caso contrário a fome vai matar mais que o vírus”, dizia. Um ofício foi feito solicitando apoio da PM, que acompanhou a ação.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Previous post Com isolamento social por coronavírus, queda de passageiros nos ônibus de Itaúna chega a 75,86%
Next post Supermercados são autuados pelo Procon por supostos preços abusivos; multa pode chegar a R$ 160 mil