Denúncias de som alto, aglomerações com menores e a iluminação insuficiente são algumas das queixas que cercam a Praça Celi, ponto de encontro de juventude, na Av. Jove Soares, no bairro Pio XII, que se tornou alvo de um intenso debate em Itaúna nas últimas semanas. De um lado, moradores pedem providências em relação à perturbação do sossego durante a madrugada. Do outro, vereadores cobram atitudes das autoridades, enquanto comerciantes tem visões distintas sobre a realidade vivida no local.
Segundo moradores, carros com som alto, manobras de motos, uso de drogas e até cenas de sexo explícito, acrescido de eventos que não tem hora acabar, tem tirado a paz da vizinhança. A situação foi registrada em vídeos divulgados há alguns dias, em que pessoas gritam e fazem uso de bebida alcoólica. A movimentação ocorreu entre 0h e 3h da madrugada, quando todos os estabelecimentos comerciais já estavam fechados. A Polícia Militar intensificou o patrulhamento, mas ao perceber a presença da PM, os proprietários dos carros vão embora ou simplesmente desligam o som dos veículos.
“Quando a polícia vai embora, eles simplesmente abrem os porta-malas e tudo começa de novo. A PM tem que fazer batidão, pegando-os desprevenidos”, alerta uma moradora.
Para a proprietária do bar Culture, Bruna Marques, a região da Praça Celi é frequentada pela juventude desde sempre. Os motivos, diz, vão desde a localização em ponto de interseção entre bairros humildes, à presença da pista de skate e movimentos culturais. “Era um local de ocupação de diversas tribos antes mesmo dos atuais estabelecimentos comerciais existirem”, diz a comerciante.
Bruna nega que os problemas recorrentes na praça sejam de responsabilidade do seu estabelecimento e argumenta que, pelo fato de o bar acolher a pluralidade existente em Itaúna, “atrai um público heterogêneo e muitas vezes discriminado”.
“A região é negligenciada pela administração pública como espaço de fazer cultural. Um exemplo é a reforma da pista de skate que está sendo protelada há anos. Os frequentadores da região sofrem frequentemente com repressão policial, o que demonstra o descaso dessa parte da população”, denuncia.
Para ela, entre as formas de solução para os problemas estaria uma reestruturação da Praça Celi, a fim de comportar, promover e fomentar movimentos artísticos e culturais, a instalação de banheiros e a utilização do espaço para o fazer cultural. “Um bom começo seria o incentivo as expressões que já ocorrem como as batalhas de rima e os eventos do Culture”, afirma.
O responsável pelo Avalanches Drive-Thru, um dos empreendimentos da praça, Vinícius Fonseca Nogueira, porém, pensa que a solução seria colocar uma viatura da PM no local durante a madrugada. Segundo ele, os frequentadores e o ambiente não ajudam e as batalhas de rima atraem cada vez mais esse público.
“Se cortasse isso também ajudaria bastante, acredito”, avalia.
CONSELHO TUTELAR SERÁ OUVIDO Na segunda-feira (25), a comissão da Câmara Municipal designada para averiguar as denúncias de perturbação votou favorável à convocação do secretário Municipal de Regulação Urbana, e do Conselho Tutelar, para discutir uma melhor fiscalização no local. A Polícia Militar, representada pelo major Antônio Carlos Teixeira, disse que o órgão tem intensificado as ações na área, mas sugeriu medidas complementares, como aumento da iluminação e poda de galhos que bloqueiam a passagem de luz nos postes da praça, “ações consideradas importantes para coibir práticas ilícitas”. Quatro moradores da região relataram insatisfação em relação às ocorrências, que têm afetado o sossego da população até altas horas da madrugada.
O presidente da comissão, vereador Gustavo Dornas (Republicanos), após ouvir os moradores, propôs as convocações para a próxima reunião da comissão, na segunda-feira (2). Além da fiscalização, moradores apontam a possível presença de menores de idade na praça em horários “avançados”.
E MAIS…
Documentário propõe reflexão sobre o espaço: símbolo de expressão
Lançado pelo itaunense Bruno Nicacio e disponível no YoUTube (@ladob-vmpc), o documentário “Lado B: Vozes e Movimentos da Praça Celi” propõe uma reflexão da Praça Celi além de um simples ponto de encontro. O local, aponta Bruno, se transformou em um símbolo de expressão, onde a arte, a cultura e a luta por direitos se encontram.
“Através de entrevistas, imagens e cobertura de eventos, o documentário explora a convergência de jovens, artistas, skatistas e movimentos sociais, como os liderados por comunidades negras e LGBTQIAPN+, que encontram na praça um local de pertencimento e resistência”.
“Lado B” convida a conhecer as diferentes vozes que ecoam na praça e a refletir sobre a importância da diversidade e da inclusão na construção de uma Itaúna mais justa para todos”, acrescenta o documentarista.
Lá sinceramente não é um lugar que posso levar meus filhos a noite, uma vez passamos para comer espaguete ,nem lá podemos ficar, tivemos que comer em casa, uma pegação, tinha gente quase tendo relação sexual , perto da gente ,de dia parece tranquilo, mas a noite 🤦🏽♀️ e a iluminação do jeitinho que eles gostam .
Deplorável. Estabelecimentos ou locais que são permissivos a tais ambientes devem ser banidos, pois a conta social quem paga é a população.