A vida da itaunense Rita Carvalho mudou completamente ao ser notificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e ter as contas bloqueadas após o 8 de janeiro. A empresária, que decidiu ir para a Argentina por não correr o risco de “ir para prisão por algo que não fez”, contou, em entrevista exclusiva ao @viuitauna, que esteve em Brasília em uma “manifestação pacífica em um país que se diz democrático”. Ela nega que tenha participado dos atos de depredação do Congresso, do Palácio do Planalto e do Supremo em 2023, diz que já participou de uma primeira audiência de custódia e aguarda o andamento do processo.
“Não fiz nada do que estão me acusando. O ambiente é monitorado por câmeras, é só mostrar as imagens que tudo será esclarecido. Mas preferem acusar pessoas em massa pelo mesmo crime”, desabafa ela, que tinha um salão de beleza em Itaúna e teve de largar tudo.
Rita conta que desde que saiu do Brasil o destino foi a Argentina porque não queria correr o risco de ir para prisão. Desde então, sua vida se tornou um “carrossel de emoções”. Ela já se mudou seis vezes e trabalhou em restaurante para se manter. Hoje se considera uma “mochileira” sem casa, sem trabalho fixo e “sem referência nenhuma de tranquilidade”,
A decisão de sair do país e “não fugir”, ressalta Rita, impactou muito a vida da itaunense porque tudo virou de pernas pro ar desde o momento da decisão. Ela sente muita falta da filha, de sua casa, dos amigos e dos pequenos detalhes da vida que tinha no Brasil.
“Tive que me dispor de tudo que eu tinha. Hoje vivo só. E vejo o quão importante é ter pessoas que nos amam por perto”.
OUTRAS PESSOAS NA MESMA SITUAÇÃO Na Argentina, a itaunense conheceu diversas outras pessoas na mesma situação, “que abandonaram suas vidas no Brasil em busca de liberdade”. Entre elas, senhoras e senhores com comorbidades e doenças graves que necessitam de cuidados especiais e estão à mercê em território portenho.
“Tudo isso foi muito difícil… Ver tanta gente honesta e trabalhadora que nunca teve uma passagem pela polícia sofrendo tanto longe de seus familiares e do conforto de seus lares”, comenta a itaunense.
A itaunense afirma ainda que pode voltar ao Brasil quando quiser, uma vez que ainda não foi julgada.
E MAIS…
STF já condenou 310 pessoas
O STF já condenou 310 pessoas acusadas de envolvimento nos de 8 de janeiro de 2023, conforme divulgado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), órgão responsável pela acusações, na terça-feira (3). De acordo com a procuradoria, 229 foram condenados como executores dos atos e 81 na condição de incitadores. As penas variam entre 15 anos e 17 anos de prisão, por crimes de associação criminosa armada, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.
No caso dos acusados de incitação aos atos, as condenações são de um ano de prisão, mas foram substituídas por prestação de serviços comunitários e a presença em um curso sobre democracia. Os condenados também estão com o passaporte retido, porte de arma revogado e deverão pagar, solidariamente, o valor de R$ 5 milhões por danos morais coletivos.
Acordo de não persecução penal
O levantamento da PGR também mostra que 500 acusados assinaram acordo de não persecução penal e seus processos foram encerrados. O acordo permite que os acusados que não participaram diretamente dos atos de depredação possam confessar os crimes em troca de medidas diversas da prisão.
Bem feito , foi manipulada pelo Bolsonaro e sua corja, e ainda acha que é perseguição, o mito abandonou essas pessoas, as usaram e descartou