Bruno Freitas
@viuitauna
A queda do número de passageiros transportados em 65%, devido à pandemia COVID-19, é a justificativa apresentada pela ViaSul para a demissão do restante dos cobradores do transporte coletivo de Itaúna. Conforme apurado pelo @viuitauna, foram mantidos no quadro da empresa apenas cinco agente de bordo, que estão em férias. A concessionária operava com os profissionais em parte da frota, na contramão da chamada lei Hakuna, de autoria do vereador Marcinho Hakuna (PSL), que determina a presença dos auxiliares nos coletivos.
Termo aditivo firmado pelo prefeito Neider Moreira (PSD), que dispensa os cobradores em 50% dos ônibus, é alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal. O levantamento dos parlamentares sobre a concessionária completou um ano em 2 de abril, ainda sem conclusões e resultados efetivos à população.
De acordo com a ViaSul, para compensar o déficit na demanda dos ônibus nas últimas semanas, seriam necessários R$ 500 mil que não fossem custeados a partir da tarifa. A empresa afirma que como o dinheiro é uma forma de contágio do novo coronavírus, a maioria dos usuários aderiu ao cartão e com isso, os cobradores estavam “totalmente ociosos”.
“A receita em espécie é quase inexistente. É necessário reduzir custos”, justificou a ViaSul ao @viuitauna, por meio de nota.
Neider alega, por outro lado, que passada a crise a empresa de ônibus irá redimensionar os postos de trabalho. “Tiveram uma queda no número de passageiros”, afirma.
19,5 MIL USUÁRIOS No fim de março, a ViaSul apontou que o isolamento social adotado como medida de prevenção reduziu a demanda das viagens de ônibus em 75,86%, o que levou a Prefeitura a adotar quadro de horários de domingo. Em dias normais, a média diária de passageiros transportados em Itaúna é de 19.500, enquanto na semana de 23 a 27 de março, 4.700 pessoas utilizaram o transporte coletivo. O cenário, apontou a concessionária na ocasião, “pode inviabilizar o serviço”.
