Novo estudo da ArcelorMittal amplia mancha de inundação em Pinheiros; 20 terrenos serão alterados

@viuitauna

Em cumprimento à realização de obras de reforço na barragem da Mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu, a ArcelorMittal Mineração contratou um novo estudo técnico para embasar o projeto de uma barreira, visando conter rejeitos na hipótese de rompimento, após a tragédia de Brumadinho. A análise ampliou os pontos de limite da chamada mancha de inundação, alterando a demarcação de 20 terrenos no distrito de Pinheiros, área localizada abaixo da mina. Além disso inclui novas variáveis, como a densidade do rejeito contido e um levantamento topográfico atualizado.

A construção da estrutura, de acordo com a empresa, é necessária para que sejam iniciadas as obras de reforço da barragem e a retirada de rejeitos de minério a montante, processo conhecido como descaracterização.

Os resultados foram discutidos com o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em reunião nesta terça-feira (28). Participaram moradores da comunidade de Pinheiros e uma auditoria independente. A mineradora também afirma ter entrado em contato com os moradores impactados e colocou técnicos em campo para demarcar com exatidão os novos limites.

MUDANÇA DE CERCAS Levantamento preliminar da ArcelorMittal Mineração aponta que as edificações dentro da Zona de Autossalvamento (ZAS) já foram evacuadas, mesmo considerando o atual estudo, e que os novos limites da mancha de inundação “não divergem de forma significativa do anterior”. Nos cerca de 20 terrenos em que os limites serão alterados, a empresa instalará ou fará a mudança de local das cercas de segurança. As áreas que sofreram alteração estão incluídas no Termo de Acordo Preliminar (TAP), celebrado com o MPF, MPMG e a Comissão de Atingidos.

A barragem da Mina de Serra Azul está desativada desde outubro de 2012. Desde então, opera com a disposição de rejeitos por empilhamento a seco, método considerado mais seguro.

ÁREA DE RISCO EM PINHEIROS Em julho do ano passado, a ArcelorMittal decidiu retirar cerca de 30 famílias de casas próximas após atualizar estudo sobre áreas que poderiam ser atingidas em um possível rompimento da barragem da mina. O risco da estrutura foi elevado para o nível 2 em fevereiro de 2019, após o rompimento mortal de uma barragem de rejeitos da Vale, em Brumadinho. Na ocasião, foram retiradas 200 pessoas de suas casas em Itatiaiuçu.

A barragem foi construída pelo método de construção a montante, mesmo utilizado na barragem rompida. Na ocasião, a ArcelorMittal ressaltou, contudo, que a mina de Serra Azul não necessita da barragem para operar.

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