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A Av. Jove Soares, a Prainha, voltou a ser afetada pela chuva na noite deste domingo (10). O forte temporal que atingiu Itaúna inundou a avenida em diversos pontos, como a esquina com a rua Antônio Corradi, por volta das 21h20. Motoristas que passavam pela via tiveram de aguardar alguns minutos até o volume de água diminuir para seguir. Pedestres se alojaram sob marquises e no comércio.
O problema é antigo e se intensifica a cada ano, apesar de medidas paleativas adotadas pela Prefeitura. Em 12 de junho de 2017, Dia dos Namorados, a chuva arrastou automóveis, mesas, cadeiras e tudo o que havia pela calçada. Na ocasião, choveu 50 milímetros em cerca de 40 minutos. A situação, que já havia se repetido por pelo menos outras duas vezes no mesmo ano, acende o alerta para o problema da impermeabilização do solo na construção civil e a captação da água da chuva no Córrego do Sumidouro, a partir das ruas do Centro e outros nove bairros adjacentes. Colaboram ainda para as inundações o lixo descartado fora dos locais e horários de recolhimento, com entupimento de bueiros e canalizações.
“Também contribui para o rápido acúmulo de água a condição de a avenida estar localizada numa baixada, área plana cercada por elevações. A grande quantidade de construções diminui a capacidade de absorção, assim como o asfalto que impermeabiliza o solo e aumenta o fluxo e a velocidade com que o volume pluviométrico chega à avenida”, declarou a Prefeitura de Itaúna, em nota, na época.
PROJETO DE CANAL PARALELO Em julho do mesmo ano, uma comissão formada por servidores do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e das secretarias municipais de Infraestrutura e Regulação Urbana realizou vistoria que detectou pontos de estreitamento, tubulações, vigas e um banco de areia existentes no leito do Córrego do Sumidouro, que contribuem para as inundações na área. A equipe também realizou levantamentos para o projeto de construção de um canal paralelo e iniciou projeções para a implantação de medidas paliativas.
Quatro meses depois, na tentativa de captar recursos para realizar obras de alargamento do córrego, a Prefeitura inscreveu proposta no Programa Avançar – Mobilidade Urbana, do Ministério da Cidades. O financiamento de R$ 12 milhões previa um prazo de pagamento de 20 anos, buscando solucionar a recorrência de enchentes no principal corredor viário de Itaúna.
SUSPENSÃO O projeto, segundo o prefeito Neider Moreira (PSD), foi aprovado pelo Ministério de Desenvolvimento Regional, mas o Programa Avançar foi suspenso pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Enquanto não for feita a obra de manejo de águas pluviais da Jove Soares, isso vai se repetir”, afirma Neider.