@viuitauna
A Justiça condenou a 22 anos de prisão em regime fechado Marcelo Henrique Canaã, acusado de matar a esposa Clênia Aparecida Marra, de 32 anos, a pauladas. O feminicídio ocorreu na madrugada de 25 de maio de 2019, no povoado de Sumidouro, zona rural de Itaúna. Clênia foi encontrada morta dentro de casa. Desde o início das investigações, segundo o promotor Rodrigo Bragança, as suspeitas recaíam sobre Marcelo, preso em flagrante na época.
Amigos e familiares de Clênia compareceram na porta do Fórum de Itaúna nesta terça-feira (10) para aguardar o julgamento. Foram mais de oito horas até a sentença ser proferida pelo júri. As informações foram divulgadas pela TV Cidade Itaúna.
“Os jurados acatacaram integralmente a tese da promotoria, de homicídio de quatro qualificadoras. Além de ter matado a vítima, ele praticou por motivo fútil meio cruel, recurso que dificultou a defesa e no caso foi um feminicídio, porque a vítima e o acusado eram companheiros. De acordo com a decisão dos jurados, a juíza fixou uma pena definitiva de 22 anos de reclusão em regime fechado”, afirma o promotor Rodrigo Bragança.
De acordo com Bragança, passados mais de dois anos, o que era óbvio no início das investigações ficou confirmado no julgamento. “Ele, utilizando um instrumento contundente, provavelmente um pedaço de pau, por questões banais, discussões de casal, potencializadas pelo consumo de álcool e drogas, acabou assassinando a companheira dentro da própria residência. E com requintes de crueldade, inclusive”.
FALSO TESTEMUNHO Duas semanas antes do julgamento, Rian Rodrigues da Silva teria assumido a culpa pelo feminicídio, porém o júri não acreditou no depoimento. Os jurados reconheceram que ele cometeu falso testemunho e por isso foi novamente preso, em flagrante, durante a audiência.
“Uma testemunha que apareceu no apagar das luzes, assumindo o homicídio. Mas perante os jurados não convenceu, porque disse que teria empurrado a vítima. A vítima tinha mais de uma dezena de lesões gravíssimas. No final das contas ficou claro que esse testemunho tinha sido comprado, inclusive com informações do presídio. Essa pessoa é o Rian, na época ele era menor, então era conveniente assumir o homicídio. Ele já estava preso e agora sai daqui preso novamente”, explica Bragança.
A juíza Rafaela Silvestre ressaltou que o processo seguiu todos os procedimentos previstos no Código de Processo Penal. O defensor público Fábio Bruno da Silva disse que ainda cabe recurso da sentença. “A decisão dos jurados é soberana e o defensor responsável pelo processo ainda vai avaliar a possibilidade de recurso”.
Na saída do Fórum os familiares gritavam que a justiça foi feita.