Hospital Manoel Gonçalves esclarece dúvidas sobre o coronavírus em Itaúna; Saúde realizará treinamento

@viuitauna

Depois do alerta de pandemia emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), um caso confirmado e pelo menos cinco suspeitos em Divinópolis, o Hospital Manoel Gonçalves divulgou informações esclarecendo dúvidas sobre o coronavírus. Em entrevista, o pneumologista responsável pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Olber Moreira de Faria, disse que o Pronto Atendimento 24h adotou todos os protocolos de atendimento para possíveis casos suspeitos em Itaúna, conforme orientações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

O médico aconselha a população itaunense a ter cuidado com fakenews, procurar primeiramente os PSFs e unidades básicas de saúde, se apresentar sintomas, e explica que a doença é uma gripe comum onde serão tratados sintomas com remédios para dor, febre, coriza. Nos casos mais graves, aponta Faria, o tratamento será a nível hospitalar – leia a entrevista completa a seguir.

“Não é indicado vir diretamente ao Hospital para não tumultuar os atendimentos dos casos mais urgentes e evitar o contágio. Após investigação, se for um caso suspeito e o paciente apresentar sintomas leves, será feito o isolamento domiciliar. O Hospital está apto a fazer os procedimentos necessários, encaminhando os exames para os locais específicos em Belo Horizonte. O mais importante é lavar as mãos, fazer a etiqueta respiratória e, se você estiver gripado, proteja as pessoas que convivem com você usando a máscara”, afirma Faria.

Em Minas Gerais, 260 casos suspeitos estão em investigação. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, são 52 confirmações. Nas cidades da região Centro-Oeste, o total de casos em investigação chega a 10. Além de duas suspeitas em Arcos e duas em Formiga, pacientes de Córrego Fundo e Pará de Minas também estão sob observação.

A SES informou que a partir desta quinta-feira (12), a Fundação Ezequiel Dias (Funed) passará a realizar os exames para identificação do coronavírus nas amostras dos casos suspeitos em Minas Gerais. O exame era realizado na Fiocruz, laboratório de referência no Rio de Janeiro.

TREINAMENTO NA SAÚDE Na próxima quinta-feira (19), a Secretaria Municipal de Saúde realiza treinamento com médicos e enfermeiros da rede municipal para alinhar o fluxo de atendimento e aspectos gerais sobre o coronavírus em Itaúna. Na ocasião, também será abordado o fluxo de profilaxia pós-exposição ao HIV no município. A Prefeitura de Itaúna ressalta que na data apenas auxiliares de enfermagem estarão em atendimento nas unidades de saúde.

Médico Olber Moreira de Faria afirma que o Pronto Atendimento 24h adotou todos os protocolos necessários

ENTREVISTA
Olber Moreira de Faria, responsável pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Manoel Gonçalves

O que é o coronavírus?
É um vírus já antigo no mundo, que acomete muito as vias respiratórias, descoberto na década de 1960 e responsável por gripes frequentes, sendo provável que muitos de nós tenhamos tido gripe causado por um vírus corona. Em 2002 provocou uma epidemia denominada Sindrome Aguda Respiratória Grave (SARS), com uma taxa de mortalidade em torno de 10%. Em 2012 houve outra epidemia no Oriente Médio, também por um coronavírus, com sintomas respiratórios e taxa de mortalidade mais alta, de 30%. Em dezembro de 2019 surgiram em Wuhan, na China, pacientes com sintomas parecidos e com certo nível de mortalidade, sendo comprovado que se tratava de um novo coronavírus mutante, chamado de Covid-19, nome que faz referência ao fato de ter aparecido pela primeira vez no século 19. Essa também é uma infecção de vias aéreas superiores, mas com uma taxa de mortalidade bem menor do que as outras duas, em torno de 2% a 3%. Como vivemos em um mundo muito globalizado, o vírus se espalhou rapidamente. É uma doença de origem viral que não tem vacina e está acometendo o ser humano de forma epidêmica.

Quais são os sintomas da doença?
São sintomas de gripe comum: febre, coriza, tosse e dificuldade respiratória. Cerca de 80% dos casos apresentam sintomas muito leves ou ausentes. A maioria das pessoas não terá nada além de uma gripe discreta. Uma pequena porcentagem dos casos pode evoluir de forma mais grave, caracterizada por acometimento pulmonar, pneumonia viral com desconforto respiratório, falta de ar, piora do estado clinico, alteração da pressão arterial, evoluindo para um caso grave de insuficiência respiratória. Esses são os casos mais graves que precisarão de atenção especial, sendo encaminhadas para CTI com uso de ventilação mecânica e suporte intensivo.

Como diferenciar uma gripe comum do coronavírus?
Temos que observar os pacientes com estes sintomas: febre, coriza, sintomas gripais. Se a pessoa veio de uma área de risco (China, Europa e alguns países da Ásia e Oriente Médio) ou teve contato com alguém que esteve nestas regiões nos últimos 14 dias, é um paciente suspeito que deve ser feita avaliação.

Como evitar o contágio?
A prevenção é fazer a higienização correta das mãos, evitar aglomerações e usar a etiqueta respiratória quando tossir, utilizando o antebraço ou um lenço. Os pacientes sintomáticos devem usar máscara.

Se a pessoa está com sintomas gripais, o que ela deve fazer?
O indicado é que primeiramente busque o atendimento básico de saúde nos PSFs, UBSs e Postos de Saúde, onde o profissional da saúde irá avaliar e orientar o que deve ser feito. Não é indicado vir diretamente ao Hospital para não tumultuar os atendimentos dos casos mais urgentes e evitar o contágio. Após investigação, se for um caso suspeito e o paciente apresentar sintomas leves, será feito o isolamento domiciliar, seguido de exames laboratoriais para confirmação. Sendo que qualquer piora no quadro clinico o médico deverá ser comunicado. Caso sejam sintomas mais graves, o paciente será encaminhado para atendimento e isolamento hospitalar, onde serão feitos exames para comprovação da doença e realizado o tratamento dos sintomas, pois ainda não existe tratamento para o vírus especificamente.

Em quais casos é indicado o uso da máscara?
A máscara cirúrgica é indicada para o paciente com suspeita ou com caso comprovado da doença e para os acompanhantes. No caso dos profissionais da saúde também, quando estes forem ficar a menos de dois metros de paciente suspeito ou comprovado, este usará uma máscara específica, a N95.

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