Aparições de Nossa Senhora de Itaúna completam 65 anos; Gruta é símbolo de devoção e fé na cidade

@viuitauna

Em 27 de julho de 1955, os itaunenses se comoveram com a aparição de Nossa Senhora sobre um cupinzeiro para três crianças, filhas das primeiras famílias a habitar a antiga Vila Mozart, hoje Bairro de Lourdes. Totõe, José Rita e Eduardinho saíram à procura de um cavalo, e do alto da grota avistaram o animal, estático, sem responder aos chamados. Eles resolveram descer e, lá embaixo, tiveram a visão de Maria Santíssima, um dos maiores símbolos de devoção e fé na cidade que completa 65 anos em 2020.

Em celebração à data, uma missa foi transmitida nesta segunda-feira (27) pelo YouTube da Paróquia de Sant’Ana.

HISTÓRIA A notícia sobre a primeira, de várias aparições até agosto de 1961, se espalhou rapidamente por Itaúna. A Vila Mozart passou então a ter um intenso movimento de curiosos e fiéis em busca das bênçãos da Virgem Maria.

Passados alguns dias, Nossa Senhora apareceu para Otaviano Gentil de Castro, João Queiroz e o farmacêutico Ovídio Alves de Souza, que a viram diversas vezes. Ovídio e Otaviano receberam duas mensagens, que foram levadas ao conhecimento da Igreja diocesana. Nelas, Nossa Senhora pedia que, naquele local, fosse erguido um altar e que se fizessem muitas orações, para haver o milagre da conversão.

As pessoas foram abrindo caminho na mata. Doações, listas de pedidos e barraquinhas foram realizadas, conta a Diocese de Divinópolis. Depois da compra do terreno, em 1956 foi iniciada a construção da Gruta de Nossa Senhora de Itaúna, concluída no ano seguinte. Mais tarde, em 1958, a imagem foi elevada no altar construído no local da primeira visão e as missas passaram a ser celebradas.

Ovídio, que chegou a considerar exagerada a reação das pessoas, se tornou um dos maiores videntes das aparições em Itaúna. A última visão que ele teve foi em 17 de agosto de 1961. O farmacêutico, já falecido, registrou a experiência em um diário.

Assista a missa celebrada em homenagem à Nossa Senhora de Itaúna:

VISÃO Eduardo Vasconcelos, o Eduardinho, que na época tinha oito anos, lembra-se bem daquele dia, quando avistou uma luz forte descendo do céu. A história foi narrada em reportagem do jornalista Gustavo Perucci ao Estado de Minas, em julho de 2015. “Vimos descendo do céu uma nuvem branca brilhante, que foi parar sobre um cupinzeiro na mata. Apareceu Nossa Senhora, toda bonita, como se fosse um raio de luz. Ficamos assustados e fomos procurar o padre José Netto (então responsável pela Paróquia de Sant’Ana, igreja matriz do município)”.

À publicação, Eduardo descreveu com clareza a figura de Nossa Senhora: “Ela tinha a pele morena clara, cabelos pretos compridos caídos sobre os ombros, mãos e dedos compridos. Seu vestido era branco e brilhante e, sobre ele, havia um manto azul. Ela não usava véu. Na mão direita, sobre o peito, carregava um terço com contas que pareciam diamantes. Na mão esquerda, tinha uma flâmula branca em formato de triângulo”, contou. A última visão dele foi aos 18 anos.


NOSSA SENHORA DE ITAÚNA Em 2001, o então bispo de Divinópolis, Dom José Belvino, deu autorização para a reprodução da imagem de Nossa Senhora de Itaúna. A aparição e a imagem ainda não foram reconhecidas pela Santa Sé, mesmo preenchendo os requisitos necessários, de forma espontânea, sendo reconhecida pela importância religiosa e histórica da cidade.

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