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Passadas as eleições, dois vetos do prefeito foram mantidos pelos vereadores. Os projetos previam a suspensão das tarifas de água e esgoto durante a pandemia e a criação de um aplicativo para divulgação de despesas e receitas do Poder Executivo em tempo real. Um terceiro veto, que obriga a divulgação dos valores arrecadados com a Taxa do Lixo, foi rejeitado pela maioria. A reunião plenária da Câmara desta terça-feira (17) também foi marcada por um desabafo de Alex Artur, o Lequinho (PV), contra os recentes escândalos de corrupção na Casa.
Um dos cinco parlamentares que disputaram as eleições, mas não se reelegeram, Lequinho disse que “tem muita coisa ainda para ir para a mídia, a imprensa e principalmente para o judiciário”, se referindo à denúncias como rachadinha, fura fila do SUS e, por último, assessores fantasmas – conforme mostrou o @viuitauna em 7 de novembro, que minaram a confiança do itaunense.
Lequinho alega ter sido prejudicado pela denúncia de tentativa de compra de votos na eleição da Mesa Diretora, feita por Iago Souza Santiago, o Pranchana Jack (Avante), no fim de 2018, e promete continuar fiscalizando o trabalho de colegas, que antes criticavam o prefeito Neider Moreira (PSD) e hoje atuam em prol da base governista.
“Saio de cabeça erguida. Existe a lei do retorno. Fui muito prejudicado com o áudio que vazou. Não fui ouvido pelo juiz e não devo mais mexer com política, vou ampliar meu negócio. Não dependo e nunca dependi de política para viver. Não é agora que eu dependo de cargo na Prefeitura. Não me ofereceram e nem precisa oferecer. Vou continuar lutando pela minha comunidade, mas dizer que tem muita coisa ainda para a sociedade itaunense saber. Pessoas que hoje estão ao lado do prefeito disseram que o colocariam na cadeia. Foi o prefeito que armou para mim e hoje estão de mãos dadas com ele. Tudo será esclarecido”, prometeu.
Primeiro texto apresentado na ordem do dia, o veto 12/2020, contra o projeto n° 8/2020 do aplicativo de transparência, teve duras críticas da oposição, mas acabou mantido com votos contrários de Lequinho, Antônio de Miranda, o Toinzinho (PSC), Antônio José de Faria, o Da Lua (PL), Márcia Cristina, a Márcia do Dr. Ovídio (Patriota) e Márcio Gonçalves Pinto, o Marcinho Hakuna (PSL).
Assista ao comentário de Bruno Freitas no jornal Cidade em Notícia da TV Cidade Itaúna:
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VETOS PÓS-ELEIÇÕES Márcia ressaltou que como as eleições já passaram, os vereadores agora não conseguirão mais derrubar vetos de Neider. A vereadora pediu que a Prefeitura mantenha o Portal da Transparência atualizado, embora o Município alegue que um sistema computacional do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MG) avaliou a plataforma com 99,98% de aprovação. A divulgação da aprovação, feita pela assessoria de comunicação da Prefeitura, ocorreu no início de novembro, enquanto o veto era encaminhado à Câmara.
“Enquanto estava em campanha e os vereadores precisavam dos votos da população, todos os vetos aqui foram derrubados. Como passou esse período de eleição, acredito que a gente não vá conseguir derrubar o veto do prefeito. Gostaria de solicitar o Executivo que pelo menos mantesse o Portal da Transparência em dia, porque a gente nunca consegue nada lá. Transparência não tem nada no Portal”, criticou Márcia.
Toinzinho concordou com a colega e disse que o portal não funciona da forma devida, como deveria ser. “Não vejo tanta despesa para não implantar uma lei importante como essa”. Otacília Barbosa (PV), que concorreu à Prefeitura nas eleições, orientou que as falhas sejam encaminhadas ao TCE. “O TCE inclusive multa o poder público”.
Ex-líder da bancada governista, Hudson Bernardes (PSD), que também não se reelegeu, ressaltou que o projeto não foi aprovado por unanimidade, com parecer contrário da Procuradoria”. “Quais ferramentas que não tem?”, questionou à Otacília e Toinzinho, sobre o portal. “Ficar gritando aqui no plenário não adianta”, rebateu Hudson à colega.
Também mantido pela Casa, o veto 11/2020, contra projeto que previa a suspensão das tarifas de água e esgoto durante a pandemia, teve votos contrários de Toinzinho, Da Lua, Lequinho, Márcia, Hakuna e Otacília.
CONTRA DIVULGAÇÃO DA TAXA DO LIXO Já o veto 10/2020, contra projeto que estabelecia a divulgação de receitas e despesas arrecadados pelo Município com a Taxa do Lixo, foi rejeitado pela maioria, com fotos favoráveis da base: Anselmo Fabiano (PDT), Gláucia Santiago (PL), Gleison Fernandes, o Gleisinho (PSD), Lacimar Cezário da Silva, o Três (PSD), Lucimar Nunes, o Lucinho de Santanense (PSD), Hudson e Silvano Gomes Pinheiro, o Silvano do Córrego do Soldado (PDT).