@viuitauna
No compasso de espera da comissão instituída pela Prefeitura, que ainda não chegou a um consenso, a volta às aulas presenciais divide opiniões em Itaúna. Enquanto pais de alunos e um movimento que fará uma manifestação no sábado (27) defendem um modelo híbrido de ensino, professores de escolas públicas afirmam que a prioridade, neste momento, deveria ser um planejamento mais cuidadoso, que envolve a vacinação contra a COVID-19 para a categoria.
A alegação da classe é de que as instituições municipais e estaduais não tem a estrutura das escolas privadas, sem poder oferecer as mesmas condições de prevenção ao novo coronavírus. Nesta quarta-feira (24), segundo a Prefeitura, haverá uma nova reunião da comissão, formada no último dia 10 por membros das secretária de Saúde e Educação, para montar um cronograma de ações considerando a situação de cada escola.
Em entrevista à rádio Clube FM, uma das organizadoras da carreata que sairá do Centro Administrativo e está á frente do movimento, Larissa Andrade defende o retorno das aulas híbridas, em que os pais de alunos poderão optar por manter os filhos no ensino online ou enviá-los à escola. O retorno às escolas e colégios ocorreria de forma gradual e as crianças não teriam aulas todos os dias, com turmas divididas, explica ela.
“Todo mundo terá acesso a essa aula presencial, mas será feito um rodízio de dias, então na segunda-feira seria uma turma, na terça seria outra turma, fazendo um escalonamento para que todos tenham esse acesso. A gente sabe que a retomada é gradual e não totalmente como antes. Sabemos que é uma nova experiência, que é lenta, mas que precisa sim de uma retomada como já foi feito em várias escolas, em várias cidades onde temos números que apresentam isso”, aponta Larissa.
A representante sustenta que o movimento é embasado em dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e as “crianças são vetores mínimos” da COVID-19. O @viuitauna buscou posicionamento do movimento “Todos pela educação Itaúna”, porém não obteve retorno até a publicação da matéria.
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) se manifestou após a publicação, afirmando que é a favor da volta às aulas em condições de segurança para todos os envolvidos no processo educacional. A entidade ressalta que as condições das escolas públicas são, na maioria das vezes, precárias e mais inadequadas na situação de pandemia. “Os governos de Itaúna, de Minas e do Brasil, estão se omitindo, agindo de forma negacionista, dando mau exemplo e negligenciando a questão da compra de vacinas para todos e essa é uma política de morte. É mentira e é profundamente injusto alegar que professores estão de férias e contra a volta às aulas. Os professores tiveram que aprender, da noite para o dia, a trabalhar com uma tecnologia que não dominavam. A imensa maioria prefere o trabalho presencial. Demonizar e culpabilizar os professores é má-fé dos que não querem assumir as suas próprias responsabilidades”, critica o Sind-UTE.
VEJA A OPINIÃO DE PROFESSORES:
“Não somos contra a volta às aulas, estamos muito ansiosos para que elas voltem. O distanciamento de posicionamento ocorre em torno das condições deste retorno. Pais de alunos de escolas particulares e idealizadores de campanhas enfatizam que professores dificultam a questão, mas estão olhando apenas o lado deles, financeiro. Estamos em defasagem. Somos comparados a outros profissionais. Não está sendo avaliada a falta de condições das escolas públicas para receber o ensino híbrido, muito menos uma grande quantidade de alunos, que não faz parte da realidade das escolas particulares de Itaúna. Em uma entrevista de uma integrante de movimento, disseram que não estão pensando em nós, professores. Que ciência é esta que crianças e adolescentes não são potenciais transmissores? Queremos voltar, mas com estrutura e segurança”,
Gleico Carvalho, professor
“Ainda há muito o que se discutir e planejar para este retorno às aulas. A realidade da escola pública é muito diferente da realidade das escolas privadas. Leciono em escola do bairro São Geraldo em que a maioria dos alunos não tem acesso à internet. Já na Escola Estadual Victor Gonçalves de Souza, no Padre Eustáquio, considerada modelo de escola pública de Itaúna, a grande maioria tem. Isso deveria ser discutido com as comunidades escolares. Cada diretor, com a sua comunidade, pais, se entenderem neste ponto. Para ter o distanciamento social, em uma turma de 50 alunos, teria de desdobrar em outras três salas. Os prédios públicos são muito antigos. Não tem como organizar. Depois que os professores forem vacinados, aí podemos nos sentar com as comunidades de cada escola e planejar este retorno que, sem dúvida é necessário. Lugar de criança é na escola. Porém, escola com segurança e para a vida”,
Luiz Mascarenhas, professor
“Eu amo lecionar e estou sentindo muita falta, mas não acho prudente voltar sem a vacinação.
Muitos defendem: as crianças não são tão transmissíveis. Mas é só criança que vai pra escola? E os adolescentes? São assintomáticos e imprudentes, fazem muitas aglomerações, festas clandestinas… Alguns professores também estão fazendo festas, viajando, indo às praias, mas há os que estão em isolamento total. Sem falar que a realidade das escolas particulares e públicas são totalmente diferentes. Não tem como achar que os cuidados tomados pela escola particular serão tomados na pública. A começar pela estrutura, muitas escolas nem janelas tem. Acredito que educação deve ser prioridade, mas com segurança!”,
Ex-professora de colégio particular, que pediu anonimato
CONDIÇÕES IGUAIS DE RETORNO Conforme o @viuitauna mostrou no último dia 18, durante reunião da Câmara Municipal, o vereador Nesval Júnior (PSD) pediu que as escolas particulares sejam atendidas de forma igualitária no pedido de volta às aulas, após receber uma denúncia de que uma instituição iniciou o ano letivo com crianças em sala de aula.
O colégio se justificou afirmando que fez apenas um “momento de acolhida” entre alunos e pais e seguiria as aulas remotas.
OUTRO LADO A Prefeitura de Itaúna afirma ainda que a comissão, criada com o objetivo de definir protocolos de segurança de volta às aulas presenciais, ainda não chegou a um consenso. Segundo a assessoria de comunicação do Município, está sendo trabalhado um prazo, para que o retorno possa ser adotado “o quanto antes, tanto na rede pública quando na particular”.
Sou totalmente a favor da volta as aulas presenciais,nao deveriam nem ter fechado as portas das escolas e Igrejas, enquanto bares estao abertos e pessoas circulando sem o uso da máscara…pois a maioria e contra a volta as aulas nas escolas públicas e ao mesmo tempo e favor da abertura das escolas privadas… favorecendo assim somente a classe social mais privilegiada. Como tenho acompanhado às informações sobre o covid, as crianças e adolescentes são menos afetados pelo vírus. Enquanto não retornam às aulas professores estão viajando…e correndo risco de covid. Mas pra retornar suas atividades não podem… enfim. A hipocrisia.
Quais professores estão viajando??? Talvez você tenha visto um ou dois professores viajando e já vai generalizando, isso é desonestidade, sabia? Crianças são menos afetadas, mas NÃO SÃO IMUNES. Procure ver um pouquinho além, EMPATIA não faz mal a ninguém! Você por acaso conhece a realidade das escolas públicas? Muitos professores são grupo de risco e têm famílias, mas certos “cristãos” não se importam com a vida deles…, enfim, a hipocrisia.
Silvania. Nem os professores e nem o Sindicato são contra a volta às aulas presenciais.
Pelo contrário, queremos que que as aulas voltem, que o governo nomeie os concursados que estão esperando desde 2018, que ele pague nosso salário integralmente e em dia e que por fim, garanta nossa segurança e a dos nossos alunos para esse retorno.
Se existem pessoas que estão se colocando em risco, é uma questão de cada um. Eu quero respeito à saúde e integridade minha e da minha família.
Silvania. Nem os professores e nem o Sindicato são contra a volta às aulas presenciais.
Pelo contrário, queremos que que as aulas voltem, que o governo nomeie os concursados que estão esperando desde 2018, que ele pague nosso salário integralmente e em dia e que por fim, garanta nossa segurança e a dos nossos alunos para esse retorno.
Se existem pessoas que estão se colocando em risco, é uma questão de cada um. Eu quero respeito à saúde e integridade minha e da minha família.