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60 anos antes da emancipação de Itaúna, era elevada, em 1841, a Paróquia de Sant’Ana, que celebra 180 anos de história neste 7 de abril. A data será marcada por uma missa solene virtual, transmitida às 18h30, pelo YouTube . Em meio à pandemia de COVID-19, que prova resiliência e fé, a Igreja se faz um instrumento privilegiado e extremamente importante nesse momento, afirma o padre Everaldo Quirino Ferreira, responsável pela instituição.
“A paróquia é a instituição visível, por meio da qual a Igreja Católica atua. A paróquia de Sant’Ana é a primeira entidade paroquial de Itaúna. Por isso, participou de forma ativa da constituição da cultura deste povo, plasmando seus valores e visão de mundo”, aponta.
O @viuitauna conversou com o 17° pároco de Sant’Ana, que conta um pouco da história da paróquia e suas sete comunidades, engajadas em núcleos e projetos sociais, desde a catequese ao acompanhamento de pessoas em situação de rua. Leia a entrevista:
Qual a importância da paróquia e a fé das pessoas em um momento de desafios, em meio à pandemia?
A paróquia é a instituição visível, por meio da qual a Igreja Católica atua. A Paróquia de Sant’Ana é a primeira entidade paroquial de Itaúna. Por isso, participou de forma ativa da constituição da cultura deste povo, plasmando seus valores e visão de mundo a partir da ética e dos costumes cristãos, e o ajudou a se organizar em diversos âmbitos da vida social, favorecendo o desenvolvimento e a emancipação do município, naquela época um pequeno arraial.
Na medida em que realiza a missão da Igreja com fidelidade, a paróquia alimenta a fé das pessoas, e se faz instrumento privilegiado, por meio do qual os fiéis fazem uma profunda experiência de Deus, ao terem acesso aos sacramentos, algo extremamente importante nesse momento de crise sanitária. Na Igreja elas se enchem em Deus e fortalecem a fé e a esperança, e tem desperto o senso de sentido da vida. E isso as ajuda fortemente a enfrentarem, com coragem, os desafios deste tempo tão difícil.
Hoje quais são as principais atividades e projetos desempenhados pela paróquia?
A Paróquia de Sant’Ana é, sem dúvida alguma, muito dinâmica e realiza uma série de atividades e projetos, oferecendo ao fiéis uma vasta gama de possibilidades de engajamento eclesial e social. Somos a única paróquia da cidade que celebra missas todos os dias. Também temos uma intensa atividade de atendimento aos fiéis, em nossa secretaria paroquial, no âmbito do cuidado espiritual, com o atendimento dos padres. Além disso, nossa pastoral familiar dispõe de núcleos muito bem organizados e articulados entre si, que oferecem desde uma catequese ao noivos que almejam o matrimônio, passando pelo cuidado com as pessoas que estão em segunda união e em situação de viuvez, até o acompanhamento sistemático de famílias em dificuldades e em situação de vulnerabilidade, acompanhados pelo NAF.
Além disso, destaca-se o efetivo trabalho realizado, pela paróquia, junto aos adolescentes e jovens, nos grupos do EAC, do EJC e da Catequese Paroquial. E também os projetos sociais realizados pelas Obras Sociais da Paróquia, nomeadamente o Projeto Aquarela, que dá suporte a crianças em situação de vulnerabilidade social, e o Centro de apoio aos irmãos de rua Sant’Ana, que acolhe nossos irmãos que ficam nas ruas, oferecendo alimentação e cuidados de higiene e de outras ordens.
Em suma, muitas são as atividades que realizamos e que não estão listadas. Em virtude da pandemia, algumas delas estão suspensas, mas, com a graça de Deus, retornarão assim que possível.
Haverá alguma ação especial em comemoração aos 180 anos?
Neste dia 7 inauguramos o ano jubilar de nossa paróquia. No decurso deste último ano, realizaríamos uma série de atividades e eventos de caráter comemorativo, para realçar a tão importante presença da paróquia, em Itaúna, ao longo destes 180 anos. Contudo, fomos surpreendidos pela pandemia e não pudemos levar a termo aquilo que sonhamos para estas festividades. Assim, neste processo de “contagem regressiva”, celebramos, todo dia 7 de cada mês, uma missa festiva com a participação de padres e bispos que passaram por aqui, além do que produzimos algumas séries, veiculadas em nosso canal no YouTube, acerca de realidades e pessoas que marcaram a vida paróquia nessa sua longa e bela trajetória. Neste dia 7 de abril comemoramos, solenemente, com uma celebração eucarística, presidida pelo nosso bispo diocesano, Dom José Carlos, em nossa Matriz de Sant’Ana.
Como os fiéis podem acompanhar e ou prestigiar a data?
Os fiéis poderão se unir conosco em oração, através do nosso canal do YouTube, já que não será possível sua presença física na Igreja, em virtude das restrições impostas. Teremos uma adoração transmitida às 12h e a missa solene às 18h30. Pedimos a todos que rezem, com especial afeto, pela nossa paróquia, e que se recordem, em suas orações, dos sacerdotes, que dedicaram parte de suas forças no desempenho da missão salutar da Igreja em terras itaunenses.
LINHA DO TEMPO
História da Paróquia de Sant’Ana
1739 – No alto da colina de Paragem do São João Acima (primeiro nome da cidade) é erguido um oratório de taipa de pilão, próximo a um cruzeiro existente, onde entronizaram a imagem de Sant’Ana, trazida de Setúbal, Portugal, pelos fundadores de Itaúna: Gabriel da Silva Pereira, Tomas Teixeira e Manoel Neto de Melo;
1750 – Dom Frei Manoel da Cruz, bispo de Mariana, concede licença para construir a Capela da Senhora Sant’Ana, no mesmo lugar do oratório. A capela (atual Capela do Rosário) é inaugurada em 1756. Durante o período, pertencia à Freguesia de Nossa Senhora do Pilar, da Vila Nova do Infante de Pitangui;
1822 – Primeira visita pastoral, feita pelo Bispo Dom Frei José da Santíssima Trindade, que descreveu a capela: “é pequena, de sorte que a pia batismal não permite o seu lugar de resguardo, contudo é toda de pedra. Tem só um altar. O seu local é sobre uma pedreira que serve de alicerce e a ela vai-se de propósito, porque fica num alto, com meia dúzia de casas em circunferência; tendo, embaixo e na planíce, o arraial no fim do qual passa o Rio São João. O seu capelão é o padre José Bernardino de Souza”;
1841 – O então curato é elevado à paróquia pela Lei Provincial nº 209, assinada pelo Presidente da Província Marechal Sebastião Barreto Pinto. A antiga capela passa a funcionar como Igreja Matriz. A paróquia abrangia as cidades de Itaúna, Carmo do Cajuru, Serra Azul e Itatiaiuçu;
1853 – Ocorre a conhecida troca de capelas – Rosário dos Negros subiu para o monte e a Matriz de Sant’Ana foi para o meio do arraial;
1934 – Com a antiga igreja da Praça Dr. Augusto Gonçalves já demolida, é feito o lançamento da pedra fundamental da atual Matriz;
1941 – A Matriz é concluída e benta em 26 de janeiro pelo então bispo de Belo Horizonte, Dom Antônio dos Santos Cabral. Na ocasião, o pároco responsável era o saudoso padre Waldemar Antônio de Pádua Teixeira;
1952 – Até este ano, Itaúna contava somente com uma paróquia: a de Sant’Ana.
