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A Mineração Usiminas (Musa) inaugurou nesta quarta-feira (1°), em Itatiaiuçu, uma nova planta de filtragem de rejeitos de minério. O sistema de pilha, chamado de Dry Stacking, permitirá à mineradora encerrar o ciclo de uso das barragens de rejeitos. Com investimentos de R$ 235 milhões, empregará 120 profissionais, que atuarão diretamente na operação do sistema.
Participaram da solenidade o vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant (PSDB), os prefeitos Neider Moreira (PSD), de Itatiaiuçu, Igarapé e Mateus Leme, a diretoria da Usiminas e acionistas do grupo japonês Sumitomo Corporation.
O licenciamento foi aprovado junto à Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram) em junho de 2020, após dois anos de análises. A operação permitirá à Musa descaracterizar as barragens Central e Samabaia até janeiro de 2022 – após as tragédias de Brumadinho e Mariana.
“De 4 milhões de toneladas de minério, há dez anos, chegamos a um ritmo de 9 milhões/ton em 2021, exportando 60% da produção. Continuamos cuidando das áreas de compensação, quatro vezes maiores às de operação em Itatiaiuçu. Somente com arrecadação de CFEM, serão mais de R$ 160 milhões destinados à região em 2021”, aponta o diretor-presidente da Mineração Usiminas, Carlos Rezzonico.
O vice-governador ressaltou a importância dos investimentos para a região e o lucro gerado pela empresa. Paulo Brant enfatizou que a atividade minerária não pode ser considerada “uma maldição” para Minas Gerais e o fim das barragens de rejeitos leva tempo.
“É muito bom ver a Usiminas bombando novamente. Todo investimento é muito bem vindo. Gera emprego. Minas ainda tem algumas centenas de barragens. Isso não é feito de uma hora para outra. Os riscos estão sendo minimizados. Não é uma maldição, mas uma benção para Minas Gerais. Precisamos fazer essa reconciliação. Temos riqueza e cuidados ambientais”, diz Brant.
COMO FUNCIONA A nova planta de filtragem, composta de estruturas de conexão e uma área que receberá os rejeitos, formando uma pilha, além do transporte do material entre os dois pontos, está situada entre as minas Oeste e Central. Anteriormente, a previsão era de que a operação começasse ainda em fevereiro de 2021.
Parte da água que fica retida junto com o rejeito no reservatório da barragem, passará a recircular diretamente para a planta, segundo a mineradora, uma vez que o sistema de filtragem aumentará a concentração de sólidos no rejeito final de 45% para aproximadamente 88%. A medida que é formada, a pilha será simultaneamente revegetada para fins ambientais e geotécnicos. A nova metodologia apresenta ainda maior vida útil da estrutura, bem como oferece maior controle e estabilidade das estruturas de disposição.
MINERAÇÃO USIMINAS
3 minas na região (Central, Oeste e Leste)
2 em operação
2,5 milhões de toneladas produzidas no terceiro trimestre de 2021, alta de 16%
R$ 685 milhões de Ebitda Ajustado da Unidade de Negócio
Em 2020 houve a conclusão da descaracterização da barragem Somisa. Para o início do próximo ano está prevista a descaracterização da barragem Central. Já a barragem Samambaia, construída no método a jusante e ainda em operação, será desativada neste mês, como resultado da inauguração do Dry Stacking.
PERFIL Joint venture firmada em 2010 a partir de uma parceria com o grupo japonês Sumitomo Corporation, após a aquisição da Mineração J Mendes, a Mineração Usiminas se posiciona como importante fornecedora para o mercado nacional e internacional.
Entre os tipos de minério produzidos estão granulado ou lump ore, de maior tamanho e usado diretamente em alto-fornos para produção de ferro gusa; sinter feed, um tipo de minério mais fino; e o pellet feed, comumente misturado ao sinter feed ou ao processo de pelotização, transformando o fino de minério em pelotas que serão carga nas siderúrgicas.
