Nas últimas quatro décadas, um modelo de caminhão participou ativamente do cotidiano de Itaúna, se incorporando ao trânsito e à memória afetiva dos itaunenses. Os L-608 D da Progás, popularmente conhecidos como “Mercedinhos”, atuam na distribuição de gás da cidade desde os anos 1980 e apesar da longa trajetória de serviços prestados, continuam rodando “firme e forte”, sem previsão de aposentadoria.
Petrônio Oliveira Lima Jr., sócio proprietário da Progás, conta que o modelo foi o primeiro que o pai dirigiu, nos anos 1970. Na época, o pai, Petrônio de Oliveira Lima, trabalhava com vendas de mercadorias de pronta entrega, para São Paulo e a região Norte de Minas.
Hoje a Progás conta com sete unidades do “Mercedinho” na frota. As unidades, fabricadas entre os anos de 1979 e 1984, atuam exclusivamente na entrega de gás e água mineral. São utilizadas em todos os bairros de Itaúna e na zona rural.
“Uma delas, fabricada em 1980, recentemente passou por uma reforma completa, recebendo a nova identidade visual da Progás”, conta o responsável pela empresa.
Além de durável, os caminhões continuam chamando a atenção nas ruas. Segundo Petrônio Jr., muitas pessoas acham os L-608 D interessantes, até mesmo por ser um veículo não muito utilizado atualmente. Já os motoristas gostam muito do modelo por ser fácil de dirigir e a manutenção, praticamente inexistente.
“Além de que, quando dá manutenção, suas peças são baratas”, afirma Petrônio.
SEM SUBSTITUTO Perguntado se a Progás pensa em aposentar os 608 da frota, ainda não é o momento. O empresário conta que a empresa já fez uma análise para substituição do modelo, mas não encontrou um veículo que entregue o mesmo resultado.
“Inclusive temos outros veículos sem ser os “Mercedinhos”, explica Petrônio Jr., se referindo à picapes, outros caminhões leves, de médio e grande porte.
E MAIS…
Primeiro caminhão leve da Mercedes-Benz no Brasil
Derivado de uma família lançada na Europa em 1967 e que incluiu versões furgão e micro-ônibus, o Mercedes-Benz L-608 D chegou ao Brasil em 1972. Aposta da marca alemã para o segmento de caminhões urbanos, deu tão certo que logo se tornou líder do segmento. Com motor 3.8 de quatro cilindros com injeção direta, 85 cavalos de potência e caixa de cinco velocidades ZF, tinha capacidade para 3.500 kg de carga, sendo por isso muito utilizado para entregas. Em 1984 o modelo recebeu uma reestilização e em 1988 foi substituído pelo L-709, da linhas mais modernas. Este depois ganharia motor turbo de 106 cv e seria rebatizado de L-710. Aos poucos a família foi substituída pelo Accelo, desenvolvido no Brasil, até ter a produção encerrada em 2014.
