Em decisão proferida na sexta-feira (14), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) definiu que o processo de recuperação judicial do Grupo Coteminas tramitará na 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. A definição ocorreu após empresas credoras solicitarem que o caso fosse analisado em São Paulo, devido a um processo de falência já extinto contra o grupo no estado paulista. Em Itaúna, as últimas informações são de que a unidade da Tecidos Santanense retomou a produção, após mais de cinco meses paralisada, no início de junho, de forma gradual.
No pedido de recuperação, a Coteminas informou uma dívida de R$ 2 bilhões. A decisão, assinada pelo juiz Adilon Cláver de Resende, justifica a análise do caso em BH devido o faturamento do grupo se concentrar, em maior parte, em Minas Gerais. A maioria dos credores também está no estado e é considerada hipossuficiente, o que inclui trabalhadores e microempresas e empresas de pequeno porte. O juiz também elencou o maior volume de colaboradores do grupo atuando nas operações em território mineiro. Além disso, nove dentre as dez empresas que integram o Grupo Coteminas têm sedes estatutárias no estado.
Com escritório comercial em Belo Horizonte e unidades industriais em Pará de Minas e Itaúna, a Tecidos Santanense tem capacidade instalada para produzir 60 milhões de metros lineares/ano, de acordo com o site da empresa.
A reportagem procurou o Grupo Coteminas, mas não obteve retorno até a publicação. Uma fonte que acompanha o processo explicou que a lista de credores está em fase de ajustes e que foi nomeado um perito para avaliar as condições de operação das empresas do grupo. O documento deve apresentar o número de funcionários, faturamento, rotina e maquinário disponível nas instalações e, posteriormente, será apresentado ao magistrado para avaliação.
Após esta etapa é que a Justiça deve decidir por deferir, ou não, a recuperação judicial. A companhia, com unidade em Itaúna, tem até novembro para negociar com os credores as condições de pagamento, para que o plano de recuperação seja aprovado em assembleia.
VENDA DE ATIVOS No início de abril a empresa havia anunciado a conclusão de um processo de reestruturação que inclui negociações com credores e a desativação de duas fábricas. Com a venda de ativos não operacionais, a controladora da Santanense disse na ocasião ter reduzido o passivo em R$ 70 milhões, além de trabalhar para finalizar uma auditoria prévia da alienação de outro ativo, que levará a uma redução adicional de mais R$ 30 milhões. (com informações de O Tempo)
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