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Se para a imprensa já é dispendioso saber o que se passa na Câmara Municipal de Itaúna, diante da falta de informações, para a população ficará ainda mais complicado acompanhar as reuniões às terças-feiras. Na volta do recesso do Legislativo no meio do ano, os vereadores aprovaram por 10 votos a 6 um projeto que antecipa o horário das plenárias de 17h para às 14h – no meio da tarde.
A proposição foi defendida pelos vereadores da base governista, apesar de a oposição ressaltar que o horário de 17h é melhor para que as pessoas que trabalham durante o dia possam comparecer, especialmente de votações polêmicas, e se inscrever nos expedientes da Tribuna Livre e da Participação Popular.
O presidente Alexandre Campos (União Brasil) não vota, a não ser em caso de empate, mas foi o articulador da matéria e principal defensor. Seu colega da Mesa Diretora, Antônio José de Faria, o Da Lua (PL), sugeriu que fosse feita uma experimentação do horário e caso não seja bem aceito, os vereadores devem novamente decidir por retornar ao horário atual ou mudar mais uma vez.
Para entender o que os vereadores pensam sobre a mudança, o @viuitauna os procurou. Veja o que disseram os parlamentares que nos retornaram:
“Votei contra e dei minha opinião com a experiência de mudanças no horário da reunião. No meu entendimento dificulta a participação do povo na Casa do Povo. A maioria dos cidadãos e líderes comunitários trabalham durante o dia. Temos de buscar sempre o incentivo a participação da população em nossos trabalhos, como pregamos em campanha”, Antônio de Miranda, o Toizinho (PSC)
“Três vereadores irão fazer faculdade e pediram pra nós se poderíamos ajudar, buscando conhecimento. Acredito que para os convidados a prestar algum esclarecimento pra população, nesse horário será melhor. Mas se precisar mudar de novo, pra mim qualquer horário. Estou a disposição pra continuar ajudando”, Aristides Ribeiro, o Tidinho (PSC)
“A Câmara deveria ser a Casa do Povo! Um local inclusivo. Proporcionar condições para que a sociedade a ela recorra na busca de seus direitos. Porém não é isso que vejo, apesar de trabalhar incansavelmente para transformar a antiga política. Em vez de limitar o acesso da população, temos é de pensar em alternativas para incluir, proporcionar condições, horários que a população realmente consiga participar. Não entendo o motivo de querer limitar os horários da reunião, dificultando o acesso da população”, Edênia Alcântara (PDT)
“Em outra oportunidade defendemos a proposta para mudar para 19h, para que a população pudesse participar e acompanhar as reuniões. A sensação que fica é mais uma forma de dificultar que a população acompanhe e participe das reuniões, tendo em vista que a maioria das pessoas trabalha nesse horário. Mas vivemos em uma “democracia” e a maioria da Câmara optou por 14h”, Ener Batista (PSL)
“Acho que afasta a presença da população na Câmara Municipal. Este horário para mim não representa os anseios da população. Em 2021 entrei com um projeto de resolução para que a reunião da Câmara passasse para as 18h e fui derrotado”, Gustavo Dornas (Patriota)
“Um absurdo! O horário só tende a dificultar cada vez mais a participação da população. Não sei qual o motivo real da mudança, uma vez que o projeto tem uma justificativa de que a participação popular não é grande. Às 14h todos estão trabalhando, o que os impede de efetivamente participar e até mesmo de assistir via YouTube”, Márcia Cristina, a Márcia do Dr. Ovídio (Patriota)
“Acho que pode ser bom, acredito que será até mais produtivo. E visto que a maioria das cidades vizinhas tem esse formato, foi onde gerou essa visão. Acredito que não trará nenhum prejuízo a população!”, Silvano Gomes Pinheiro, o Silvano do Córrego do Soldado (PDT)
Também procurado pela reportagem, Giordane Alberto (PV) disse que estava indo à zona rural e retornaria mais tarde. A matéria será atualizada assim que ele se pronunciar.
