Santanense atrasa primeira parcela de acordo de rescisão e sindicato se posiciona

Previsto para 10 de janeiro, o pagamento da primeira parcela da rescisão acordada pela Companhia Tecidos Santanense com trabalhadores que se desligaram da empresa está atrasado. Em carta direcionada ao Sindicato dos Tecelões de Itaúna, a companhia têxtil alega que dificuldades no processo de produção impactaram negativamente o fluxo de caixa da empresa, o que inviabilizou o cumprimento da parcela. Em nota enviada ao @viuitauna, a entidade da categoria diz que a diretoria da Santanense prometeu uma previsão para o pagamento até sexta-feira (17). O sindicato diz que já está tomando as providências cabíveis, antes mesmo do retorno do recesso da Justiça do Trabalho.

Segundo um dos ex-funcionários, o acerto celebrado prevê pagamento em dez parcelas, para aqueles que optaram em não continuar na empresa.

Na minuta apresentada, a Santanense agradece o “incondicional” apoio prestado pelo sindicato dos trabalhadores em 2024 e diz que desde que a produção em Itaúna foi retomada, em junho, “pessoas somaram inúmeros esforços”. “Neste período passamos por dificuldades enormes, com desafios incalculáveis. Mas conseguimos romper nossa inércia e retomar a produção da fábrica”, afirma a centenária empresa itaunense.

“Sabemos que já percorremos um longo caminho até aqui e conseguimos manter hoje mais de 650 funcionários em nossas fábricas com salários e benefícios em dia. Porém, infelizmente devido as dificuldades ora relatadas em nosso processo de produção vieram a impactar negativamente em nosso fluxo de caixa, inviabilizando assim o cumprimento da 1ª parcela do nosso acordo. Estamos nos comprometendo a informar ao sindicato até o final da semana a data de pagamento desta 1ª parcela”, diz o comunicado.

A companhia têxtil ressalta estar ciente da importância de cumprir com a obrigação perante a todos que fazem parte da sua história, pede o apoio e a confiança de todos e acrescenta que “brevemente a situação será resolvida”.

RESCISÃO INDIRETA COLETIVA Em 17 de maio de 2024, uma proposta de rescisão indireta coletiva foi apresentada pelo sindicato, em assembleia no Grêmio Paroquial Dom Cristiano, em Santanense. A medida foi sugerida como forma de cobrar na Justiça a garantia de salários atrasados, benefícios não pagos durante cinco meses, além de demais direitos trabalhistas.

Ainda em maio, o Grupo Coteminas, do qual a Santanense faz parte, anunciou o deferimento pela Justiça de um pedido de recuperação judicial.

No início de abril a empresa já havia anunciado a conclusão de um processo de reestruturação que inclui negociações com credores e a desativação de duas fábricas.

NOTA DO SINDICATO DOS TECELÕES:

“O sindicato comunica aos colaboradores da Cia. Santanense, que não foi realizado o pagamento da primeira parcela do acordo judicial que seria hoje. Fomos informados pela Diretoria (que) até na próxima sexta feira dia 17/01, a empresa estará posicionando sobre o pagamento. O Sindicato já está tomando as providências cabíveis, independentemente do retorno da Justiça do Trabalho, que voltará do recesso forense no dia 21 de janeiro. Precisamos nos unir neste momento difícil, para mostrarmos nossa força. Unidos somos mais fortes!”.

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