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Vereadores de Itatiaiuçu se reuniram na tarde dessa segunda-feira (28) com representantes da Usiminas para verificar a situação de três barragens de rejeito de minério localizados no município vizinho, após o rompimento na Barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH. Participaram do encontro o presidente da Câmara de Itaúna, Alexandre Campos (MDB), e o vice, Hudson Bernardes (PSC). A mineradora garantiu não haver irregularidades quanto à operação e garantiu que, em caso de acidente, Itaúna não será afetada.
Em ofício encaminhado à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o vereador Giordane Alberto (MDB) solicita que sejam tomadas medidas de fiscalização e apuração sobre possíveis riscos de rompimento na área, localizada entre os municípios de Itaúna e Itatiaiuçu.
Balanço divulgado pelo Corpo de Bombeiros informa que já chega a 60 o número de mortos em Brumadinho. O número de desaparecidos caiu para 292. Até o momento 192 pessoas foram resgatadas. A barragem de Córrego do Feijão, pertencente à mineradora Vale, se rompeu na última sexta (25). Funcionários da empresa, terceirizados, moradores de localidades e turistas em uma pousada estão entre as vítimas. Cerca de 280 bombeiros trabalham nas buscas, com a ajuda de uma missão israelense.
Ao @viuitauna, o prefeito Neider Moreira (PSD) disse que conversou com um dos diretores da Usiminas, que descartou a existência de problemas em Itatiaiuçu. O diretor foi convidado a se pronunciar a respeito na Câmara de Itaúna. Segundo Alexandre Campos, outras quatro mineradoras que atuam na região serão ouvidas pela casa, para apresentar garantias de segurança e manutenção: ArcelorMittal, Minerita, MBL e Cofersul.
PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO Na carta enviada à ALMG, Giordane Alberto solicita que a comissão acione os órgãos de fiscalização e sejam requeridos à Usiminas os laudos e vistorias atualizados, além de apontar os possíveis riscos para as duas cidades, em caso de ruptura da estrutura. “Após a devida apuração e resposta da mineradora, peço que a Câmara Municipal seja oficiada de minuciosa informação atinente a condição da barragem, para que possamos tornar pública uma correta explicação técnico-científica quanto aos possíveis riscos, com o fim de evitar especulações e receios infundados, quanto tragédias inexplicadas e sem consciência prévia dos riscos”, conclui.
Nas redes sociais, o ex-vereador e advogado João José lembrou que há alguns anos um movimento comunitário denunciou os impactos ambientais da construção de uma barragem de rejeitos da empresa MMX, na região da Cachoeira dos Pintos. A obra não foi adiante porque a empresa do empresário Eike Batista veio à falência. O Ribeirão dos Pintos é um dos afluentes do Rio São João. João José, alerta, por outro lado, que as barragens atuais devem ser razão de preocupação das autoridades. Ao @viuitauna, o ex-vereador disse que se pronunciará a respeito na Câmara, na retomada das reuniões plenárias, na próxima terça (5).
HISTÓRICO DE DEVASTAÇÃO Desde 1986 pelo menos 94 pessoas morreram vítimas de pelo menos sete ocorrências de rompimento de barragens no Estado. O caso mais grave é o de Brumadinho. A barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana, deixou 19 mortos em 2015, devastando comunidades como Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, além de rastros de 40 milhões de m³ de rejeitos em 39 municípios de Minas e do Espírito Santo. A lama chegou aos rios Doce, Gualaxo do Norte e Carmo.
Um ano antes, o rompimento de uma barragem da Herculano Mineração, em Itabirito, na região Central do Estado, provocou a morte de três funcionários.
OUTRO LADO A reportagem do @viuitauna não conseguiu contato com a assessoria de imprensa da Usiminas em Itatiaiuçu, e aguarda retorno.