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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da ViaSul, que investiga o contrato de transporte coletivo em Itaúna, foi prorrogada por 120 dias na Câmara, estendendo novamente os trabalhos iniciados pela Comissão Temporária Especial, que completou aniversário em 2 de abril – conforme mostrou o @viuitauna. Depois da saída de Iago Souza Santiago, o Pranchana Jack (Avante), nessa terça-feira (26) Alex Artur, o Lequinho (PV), também deixou a relatoria do processo.
A justificativa de Lequinho é de que o prazo da CPI, instaurada em fevereiro, era de 90 dias e por isso, segundo seu assessor, teria expirado no último dia 11. O Poder Legislativo afirma, por outro lado, que houve um erro de digitação na portaria e o prazo, de acordo com o Regimento Interno, pode chegar a 180 dias.
Entre os itens analisados pelos vereadores estão a planilha de custos do contrato, renovado em dezembro de 2016 pelo ex-prefeito Osmando Pereira (PSDB), a quitação de autuações emitidas, a situação da frota de coletivos e termos aditivos, firmados pelo prefeito Neider Moreira (PSD), que dispensam os cobradores e elevam a idade máxima dos ônibus para 12 anos.
Ainda durante a reunião de hoje, Márcia Cristina Santos, a Márcia do Dr. Ovídio (PP), denunciou o uso de um dos carros oficias da Câmara para levar vereadores à garagem da empresa de ônibus, no bairro Chácara do Quitão. Os nomes dos parlamentares, contudo, não foram revelados. Márcia é autora do pedido da CPI, protocolado no Poder Legislativo ainda em setembro de 2019. Segundo a vereadora, quando propôs a comissão foi procurada por vereadores e pessoas influentes dizendo que não era para mexer com isso, porque “não daria em nada”.
“Já são dois vereadores que saem da comissão e a gente perde tempo nomeando outro. O Município e a empresa solicitaram prazos para enviar a documentação. Isso só vai arrastando e atrasando nosso processo. Mais vergonhoso, além de a Casa perder credibilidade, é saber que o carro da Câmara vai três vezes por semana na Autotrans (atual ViaSul) e não vai lá fazer serviço de comissão não. Vai lá levar vereador. É isso que acho mais vergonhoso. Saber que o nosso serviço não anda, não rende, não funciona, mas o carro da Câmara vai lá levar vereador para agradar dono da empresa. Se a comissão perder prazo, vou levar para o Ministério Público”, ameaçou a parlamentar.
DEMISSÕES DOS COBRADORES Em abril, a ViaSul demitiu o restante dos cobradores do transporte coletivo de Itaúna. A queda do número de passageiros transportados em 65%, devido à pandemia de COVID-19, foi a justificativa apresentada pela concessionária, que já operava com os profissionais em parte da frota, na contramão da chamada lei Hakuna, de autoria do também vereador Marcinho Hakuna (PSL), que determina a presença dos auxiliares nos coletivos.