A JMN Mineração, subsidiária do grupo J. Mendes, que tem sede em Itaúna, reduzirá o quadro de colaboradores da unidade entre Piracema e Desterro de Entre Rios, de 359 para 125 pessoas. A decisão é acompanhada de ajustes operacionais necessários, incluindo a implementação de um novo plano de produção que será executado a partir da segunda quinzena de janeiro. Em nota, a mineradora afirma que iniciou o processo de reestruturação “para enfrentar os desafios impostos ao setor minerário brasileiro nos últimos anos e assegurar a sustentabilidade de suas operações”. A definição de diminuir o efetivo ocorreu “após esgotar todas as possibilidades e esforços para preservar os postos de trabalhos”.
A empresa ressalta que “o diálogo com os representantes sindicais já foi iniciado para garantir que todos os direitos dos trabalhadores sejam rigorosamente preservados, reforçando a condução responsável e alinhada aos valores da empresa”.
A justificativa dada ao Sindicato Metabase Inconfidentes, que representa os colaboradores da indústria de extração de ferro e metais básicos de Congonhas, Belo Vale, Ouro Preto e região, foi de que o teor de minério da unidade é baixo e que o ativo tem baixa disponibilidade do insumo siderúrgico.
Em entrevista ao Diário do Comércio, o diretor do sindicato, Rafael Ávila, disse que a JMN Mineração informou a situação na sexta-feira (10). Segundo ele, ao todo serão demitidos 204 funcionários, com outros 30 realocados para o complexo da Ferro + Mineração, que também pertence ao conglomerado J. Mendes, localizado entre os municípios de Ouro Preto e Congonhas. Até 26 de janeiro os funcionários estarão de licença remunerada.
FALHA DE COMUNICAÇÃO Na visão do dirigente, a mineradora poderia ter pensado em outras soluções e falhou na comunicação, uma vez que “pegou todos de surpresa”, pois poderia ter tentado dialogar com o sindicato para discutir uma forma menos drástica de fazer a reestruturação e pensar em soluções que não afetassem tanto os trabalhadores.
Ávila acrescenta que o sindicato vai lutar para garantir os empregos e, caso não haja uma resolução amigável, entrará na Justiça buscando indenizações. Nesta segunda-feira (13) o diretor se reuniu com o prefeito de Desterro de Entre Rios, Waguinho Duarte (PRD), para tentar viabilizar uma audiência pública antes do dia 26, reunindo líderes municipais da região.
Nesta terça-feira (14), o sindicato terá uma reunião com a empresa e também vai oficializar o Ministério Público do Trabalho. O sindicato pretende ainda realizar uma audiência com os trabalhadores na quinta-feira (16). (com informações do Diário do Comércio)