Entrevista: Patrícia Fonseca, influenciadora – “ficarão aqueles que transformarão a vida das pessoas”

@viuitauna

Em recente enquete publicada pelo Instagram do @viuitauna sobre “quais influenciadores você mais admira?”, o nome de Patrícia Fonseca foi o mais lembrado. Engenheira mecânica com especialização em gestão de projetos, Patrícia reside em Itaúna, mas trabalha para uma mineração chinesa instalada em Goiás.

Com conteúdo voltado à análise comportamental e metas na vida, inspirado na metodologia de trabalho, ela avalia que os influenciadores estão em um ápice, mas só permanecerão no topo das curtidas e seguidores aqueles que sejam capazes de inspirar e transformar a vida das pessoas.

Para Patrícia, a pandemia de COVID-19 trouxe a busca por um mergulho profundo sobre nós mesmos. A influência caminhará no sentido do autoconhecimento. “Tenho uma visão mais otimista do mundo”, diz ela, que não vê um engajamento dos influenciadores locais com os problemas da cidade. Leia a entrevista ao @viuitauna:

Antes de mais nada, quem é a Patrícia Fonseca?
É uma cristã, filha, irmã, esposa e de formação, engenheira mecânica, pós-graduada em engenharia de segurança com especialização em gestão da qualidade, e Master Black Belt, uma formação específica dentro das metodologias de gestão, que veio para o Brasil nos anos 1990. Tive a oportunidade de ser a primeira mulher certificada dentro do país.

Você atua na gestão de projetos ligados ao setor de mineração. Explique o seu trabalho:
Atualmente trabalho numa mineradora chinesa, uma cultura realmente muito diferente muito da nossa, o que direciona os projetos para uma linguagem única. Então, o meu trabalho consiste em transformar questões subjetivas em projetos mais objetivos. Isso começa a partir da estratégia definida pelos acionistas (da empresa) na China, vem para nós como diretrizes, e essas diretrizes são desdobradas em metas (por exemplo, dobrar a produção no próximo ano). Desdobramos então em metas menores, que se transformam em projetos. Oriento esses projetos tanto na parte técnica, quanto na comportamental dos especialistas que irão liderá-los.

Como surgiu a sua ideia de criar conteúdos para o Instagram?
Durante a pandemia, tenho visto uma busca das pessoas para tudo isso, um propósito maior. Vi aumentar bastante o índice de pessoas deprimidas, ansiosas. Para mim tudo isso está interligado a um propósito na vida. Na vida temos de ter diretrizes também. Pensei, se utilizo as metodologias na empresa para organizar as ideias, porque não compartilhar este conteúdo de forma simples, para o cotidiano das pessoas?

No mundo digital somos bombardeados o tempo todo com informações. Como filtrar o que é importante ou não?
O conhecimento é gerado a partir de um ciclo. Para que você tenha um conhecimento real, que vai te ajudar a tomar decisões certas, você precisa de informações. Para gerar informações relevantes são necessárias fontes de dados confiáveis. Com esse conhecimento você decide a direção da sua vida. No contexto digital, o conteúdo de qualidade é aquele que te fará refletir ao final do seu acesso à ele.

Itaúna tem hoje dezenas de influenciadores. Você vê um engajamento deles com os temas em pauta na cidade?
Os influenciadores que sigo são mais voltados à questão de moda. Talvez possamos fazer uma pesquisa que estratifique quantos são de moda, de conteúdo comportamental… Dos que sigo, acredito que fomentam a questão comercial da cidade. Os que mais conheço tem um conteúdo que auxilia o comércio de Itaúna. Em termos de conteúdos comportamental e mais técnico, não tenho visto muito um ampliar de olhar para isso. Como contribuir com o nosso conteúdo para tornar Itaúna uma cidade ainda mais evoluída.

Qual a sua visão dos influenciadores para os próximos anos? A tendência veio para ficar?
Como tudo na vida há um vale e uma subida. Acredito que isso esteja ocorrendo agora não só em Itaúna, como no mundo inteiro. Mas como tudo na vida vão ficar os melhores. Estamos no ápice, mas isso será filtrado, ficando aqueles que realmente vão modificar, transformar a vida de outras pessoas. Não gosto de termo da moda. Mas utilizando um termo da moda são as pessoas que vão ressignificar a vida de outras.

A pandemia de COVID-19 trouxe novos hábitos e filosofias de vida. Qual o papel do influenciador neste contexto?
A pandemia trouxe uma oportunidade enorme de fazermos um mergulho profundo dentro de nós mesmos. Isso tem mudado a busca das pessoas. Até mesmo pelo Instagram vejo como as pessoas buscam análises mais profundas do que rasas. A nossa influência vai caminhar por esse caminho. Tenho uma visão mais otimista do mundo. Para a gente transformar o mundo num lugar melhor, o caminho para os influenciadores é realmente mexer com o interior das pessoas. Mergulhar junto nessa busca de autoconhecimento.

Ser influenciador hoje é uma profissão?
Ao meu ver, sendo muito sincera, não. Vejo que pessoas inspiradoras sempre existiram. O que temos hoje é um canal diferente de comunicar. Não deixei de ser engenheira. Continuo com minha profissão, só que comunicando em um meio diferente.

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