Coluna Ponto de Vista – 10 de abril de 2021

Bruno Freitas*

MOTOTAXISTAS: E AGORA? O Município não conseguiu concluir a regulamentação dos mototaxistas, anunciada em novembro de 2019. Para as 71 vagas na ocasião, estima-se que existam hoje 1,5 mil profissionais do gênero em circulação em Itaúna. Uma baita batata quente para o poder público, que agora pretende se debruçar na regulamentação dos motoristas de aplicativo, presença constante – muitos deles apressadinhos – nas ruas.

Economia informal: Município estima cerca de 1,5 mil mototaxistas em Itaúna. Foto: Bruno Freitas/Viu Itaúna

PERDA DE COMPETITIVIDADE A escalada do desemprego no Brasil é proporcional à capacidade de o brasileiro se virar como pode na condição de autônomo ou informal. O problema disso é o impacto como um todo em uma economia dependente do setor de serviços, como a de Itaúna: comerciantes que pagam impostos e concessionários amargam falta de competitividade para seguir.

E-COMMERCE Em abril de 2020 a esquerda chegou a propor ao CDL Itaúna a criação de um shopping virtual para fomentar o e-commerce. Porque não foi adiante, é outra história. Líder no segmento no país, o Mercado Livre quer reduzir o tempo de entrega de mercadorias de 24 para quatro horas. A COVID-19 acelerou a digitalização e Itaúna parece não ter se dado conta ainda do buraco que pode estar se abrindo. O @viuitauna publica a série de matérias “Mudança de Hábitos”, apontando as tendências a respeito.

OLHOS EM ITAÚNA Apesar de o hospital de Carmo da Mata ser considerado de baixa complexidade, sem estrutura para leitos de COVID-19, o vídeo em que o vereador divinopolitano Diego Espino (PSL) invade e mostra o local vazio, ganhou proporções inimagináveis. Nesta semana o gabinete do parlamentar entrou em contato com a coluna para se inteirar sobre a suspensão do reajuste salarial dos vereadores em Itaúna. Relata que tem recebido reclamações constantes de cidadãos itaunenses inconformados e estão atentos à política local.

Gabinete de Diego Espino (PSL) está atento aos absurdos da política itaunense. Foto: Reprodução/Redes sociais

FRASE

“Neste momento de crise, de desespero, de falta de recursos, a Câmara tem de caminhar junto com o povo”,
Vereador Gustavo Barbosa (Patriota), justificando projeto que suspende a cobrança de juros e multas nos tributos e corte de fornecimento de água enquanto durar a pandemia.

VONTADE POPULAR A Câmara Municipal entrou no último dia 5 com o Projeto de Resolução 12/2021 para suspender a chamada recomposição salarial, “até trânsito em julgado de ação judicial que atesta a constitucionalidade”, depois de o MPMG tê-la questionado. A vontade popular é para que não se conceda aumento em meio à crise da COVID-19, bem como novo empréstimo para asfaltamento e iluminação pública. Mas os políticos de Itaúna parecem viver isolados em uma ilha de interesses. Muito cidadão ganhou favores e também votou em políticos criticados, por mero interesse. Eis o resultado.

OLHOS (2) A estratégia do grito nas redes sociais tem aferido sucesso no Brasil e ajudou a eleger Cleitinho Azevedo (Cidadania) e André Janones (Avante). André, aliás, gravou uma saraivada de críticas ao prefeito de Itaúna nas últimas eleições para deputado federal. Como jornalista, não me recordo de tê-lo visto uma única vez em Itaúna. Antes e depois das eleições.

OUTRO ALÔ Quem também entrou em contato com a coluna foi o gabinete do deputado federal Aécio Neves (PSDB). Aécio, que andava sumido após as denúncias da PGR do MPMG, tem aparecido com certa frequência no canal CNN.

FRASE (2)
“Nas redes sociais falam mal dos vereadores, acham que não nos preocupamos, mas preocupamos sim, às vezes a dificuldade é muito maior do que a nossa preocupação”,
Vereador Silvano Gomes Pinheiro, o Silvano do Córrego do Soldado (PDT), na reunião de terça (6).

Otacília Barbosa, que processa o jornal S’passo, espera ser indenizada pelo Município. Foto: Reprodução/TV Cidade Itaúna

PERSEGUIÇÃO? Como bem lembrou a jornalista Beatriz Chaves: a Justiça anulou os atos da atual administração que impediram à Otacília Barbosa (PV) acumular os cargos de ex-vereadora e procuradora, para o qual é concursada. Na mesma época Otacília pediu a cassação do prefeito por improbidade administrativa. A sentença definitiva anulou a portaria e Otacília espera ser indenizada. Na história recente de Itaúna diversos ex-vereadores e cargos de confiança acumularam cargos. Caracteriza ou não perseguição política? Quem paga por tudo isso? Nós mesmos, contribuintes.

*Bruno Freitas, 36 anos, é jornalista e editor do @viuitauna

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