Opinião: 100 anos da morte de Manoel Gonçalves de Souza Moreira, um dos maiores beneméritos de Itaúna

*Prof. Luiz Mascarenhas

No dia 20 de julho de 1920, em Belo Horizonte, falecia o Cel. Manoel Gonçalves de Souza Moreira- conhecido como “Manoelzinho”; deixando viúva Maria Gonçalves de Souza Moreira, a dona Cota. Uma vez sem herdeiros em linha descendente direta (o casal não teve filhos) destinaram quase a totalidade sua fortuna para sua cidade natal: Itaúna.

Manoelzinho e dona Cota são as grandes efemérides de toda a História de Itaúna. O casal constitui, sem sombra de dúvida, nos maiores beneméritos de nossa cidade. Hoje, cem anos após a morte de Manoelzinho, Itaúna segue sendo sua eterna devedora. Basta pensar nos dois segmentos principais em que se assenta a própria sobrevivência de qualquer sociedade: Saúde e Educação.

Se faz necessário destacar que, em Itaúna, nosso único hospital, a Casa de Caridade “Manoel Gonçalves de Souza Moreira”, assim denominada pelo próprio Fundador, por decisão testamentária, ficando com sua administração sob a autoridade da Câmara Municipal de Itaúna, orientando-se a esta, a fundação de uma Irmandade que viesse a administrar o hospital, que seria amparado por sua herança.

Se nos detivermos nos tópicos Saúde e Educação, temos oriundos de sua fortuna: o Hospital Manoel Gonçalves, a Escola Estadual de Itaúna, o Colégio Sant’Ana e de sua esposa, dona Cota, o Orfanato São Vicente de Paulo.

Manoelzinho assim tratou de perpetuar seu nome em nossa História; seu testamento, hoje afixado em um dos espaços do hospital, demonstra bem sua preocupação com o pós-morte e o cultivo de sua memória: foram encomendadas um grande número de missas pelo sufrágio de sua alma e de sua Família, bem como a construção e conservação de seu túmulo, junto ao próprio hospital (aonde se encontra até os dias atuais): um visionário do início do século 20, “o homem só é eterno enquanto seu trabalho permanece”.

Túmulo de “Manoelzinho”, no Hospital que adotou o seu nome

Itaúna precisa – por uma questão de justiça – honrar, preservar, divulgar e reverenciar sua Memória. E Itaúna precisa, com urgência, de novos “Manoelzinhos”… Homens dotados de amor à terra; homens abnegados que pensem na cidade, no seu presente e no seu futuro. Itaúna precisa de estadistas, de pessoas sérias, compromissadas com o coletivo; precisa de agentes dotados de competência e de altruísmo para auxiliar na condução dessa comuna, cujo brilho, anda há muito ofuscado por grupelhos que se revezam há anos no Poder, tratando apenas e tão somente de seus projetos individuais e pessoais.

Um salve para o ilustre Coronel Manoel Gonçalves de Souza Moreira!

*Bacharel em Direito, licenciado em História pela Universidade de Itaúna, historiador, escritor e membro fundador da Academia Itaunense de Letras, autor de Crônicas Barranqueiras e coautor de Essências, Olhares Múltiplos e O que a vida quer da gente é coragem

One thought on “Opinião: 100 anos da morte de Manoel Gonçalves de Souza Moreira, um dos maiores beneméritos de Itaúna

  1. O Colégio Normal Oficial de Itaúna, hoje denominado Escola Estadual de Itaúna foi fundado(a) em que ano? registros nos átrios escolar datam em meados de 1922, poderiam colocar uma placa de homenagem e datas da fundação, devido aos 100 anos de celebração.

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